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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A Luz que vem de dentro

Não deixa de me surpreender a velocidade com que as coisas mudam. O que um dia era ora pesar ora ansiedade, acaba por se transformar em um mar de quietude. E não há nada melhor que se permitir acalmar a alma. Os tropeços acontecem e os rompantes continuarão existindo, mas tal como um lago, somente as águas mais superficiais se alteram, as mais profundas permanecem quietas, cientes de sua condição.

Depois de uma verdadeira torrente de emoções, uma montanha-russa de sentimentos capazes de levar qualquer um à loucura, finalmente posso dizer que meu coração está em paz. Não por ter conseguido controlar e administrar fatores externos, mas por ter entendido a si mesmo. E a sensação é incrível! É como se de repente eu me visse dona de mim e não importasse o futuro. Não que ele não seja importante, mas porque ele está lá na frente, e não há nada que eu possa fazer em relação a isso hoje. Tudo o que sei é onde estou agora, quem quero ter ao lado e se quero ou não permanecer aqui. Do amanhã nada sei.

Então, em vez de continuar me debatendo entre coisas que fogem completamente ao meu alcance, prefiro permanecer no centro, vivendo intensamente essa força que eu acredito ser Amor. Porque a plenitude é grande demais para que eu consiga sequer imaginar que o que eu sinto possa ser qualquer outra coisa.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Andando pela rua

A Voluntários me lembra você.

Alguns lugares evocaram lembranças tristes, mas também houve uma pitada de felicidade pelos momentos compartilhados. Ou será que foi melancolia? Percebi que há bem mais de você em mim do que eu pensava, do que eu quisera.

Pensando bem, tanto tempo e nossos caminhos sempre se cruzam, assim de vez em quando. A gente sempre acaba se esbarrando. Tudo bem, bastante disso também é por minha causa, entrona que sou, confesso. Um dia tomo coragem e te dou um empurrão de verdade. Desses que não vai ter como você não notar. Mas em outra vida, quem sabe. Nessa eu precisaria bem mais que dois copos de vinho.

Seria mais fácil...

Seria mais fácil se tivéssemos uma bola de cristal para saber como as coisas são de verdade, como o mundo funciona, como as pessoas funcionam.

Seria mais fácil se tivéssemos um botãozinho on/off para as nossas emoções, tudo conrolado, tudo certinho, nenhum desajuste.

Seria mais fácil se os outros nos aceitassem como somos, apesar de pensarem diferente de nós.

Seria mais fácil se conseguíssemos nos entender sem precisar ficar repetindo as coisas ou explicando, como se nossa emoção simplesmente fluisse na direção do outro e fosse completamente absorvida, sem mal-entendidos, exatamente como as sentimos.

Seria mais fácil se nos conhecessemos o suficiente para saber até onde podemos ir e com quem, identificar nossos limites e os dos outros, para não transgredir fronteiras nem ir contra nós mesmo.

Seria mais fácil se parássemos de lutar contra nós mesmos e contra o mundo, essa guerra silenciosa que travamos todos os dias e que só nos desgasta, da qual ninguém nunca sairá vencedor e da qual a derrota de cada dia nos joga um pouco mais fundo no limbo de nossa própria existência.

Seria mais fácil se nos aceitássemos como somos, sem tentar encarar o mundo com uma máscara, seja para não sofrer, seja para que não percebam que somos humanos e temos defeitos. Porque uma hora ou outra as máscaras caem, os defeitos aparecem e se magnificam, destruindo tudo o que foi construído sobre uma base tão tênue e que jamais se sustentará.

Seria mais fácil se efetivamente aprendessemos com nossos erros. Se deixássemos de repetir padrões destrutivos de comportamento. Se nos permitíssemos a simplicidade.

Seria mais fácil se nos permitíssemos viver com mais sinceridade. Com menos cautela. Com mais amor.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Dia de cão

Tem dias que dá vontade de gritar pro mundo pára tudo que eu quero descer!! Ainda bem que ninguém te escuta, assim fica mais divertido. Acho que é o calor que altera o sangue das pessoas. Igual que nos países nórdicos a galera se suicida porque não faz sol e todo mundo morre de frio, aqui as pessoas se descontrolam e terminam o dia berrando pela janela aberta de um carro no meio da rua. Vou acabar mais sozinha do que já estou...