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segunda-feira, 29 de março de 2010

Dicionário de Pequenês

Toda criança quando aprende a falar troca algumas letras, se confunde com as sílabas e até mesmo muda a palavra inteira! Então, vou colocar nesse post a tradução de algumas palavras do meu pimpolho, que não deixa de me surpreender a cada dia!

tatchi, taquis e outras variações é taxi
omus é ônibus (cada vez que ele diz isso o que me vem à cabeça é um monte de caixas de Omo empilhadas!!)
potetor solário é protetor solar
culilate é chocolate
sem-calço é descalço (óbvio, mamãe!)
estar de-cabeludo é estar descabelado
sarassauro é dinossauro
pirirói é super-herói (essa demorei pra pescar!)
pucudês é português

Conforme forem aparecendo mais, vou completando...

quinta-feira, 25 de março de 2010

Tale of two brains

Ontem recebi por e-mail o link de um vídeo muito engraçado que compartilho aqui. O tema é bastante polêmico e talvez por isso tenha provocado tantos risos. A interpretação foi cômica, mas no fundo, bastante esclarecedora.

Algumas questões chamaram minha atenção:

* Sim, nós mulheres temos memória de elefante, porque os acontecimentos de nossas vidas sempre vão ligados a alguma emoção. Então, quando sentimos a emoção, lembramos do momento, e quando lembramos do momento, a emoção vem à tona de novo.

* Não, isso não é algo que nos agrada em absoluto, não amamos esse bzz bzz bzzz. Na verdade, está mais para uma maldição, já impressa em nosso DNA. Será que é possível contornar isso? Eu não sei, mas posso garantir que acontece, minhas noites de insônia e todo o meu choro estão aí para corroborar essa relação fato-emoção.

* Não querido, não ficamos irritadas porque não entendemos isso de vocês se desligarem, na verdade é pura inveja - Onde consigo uma Nothing-Box?

* E sim, na maioria das vezes só precisamos que vocês nos escutem, só precisamos de um pouco de atenção,  saber que podemos dispor de uma parte do seu tempo quando nos encontramos no meio de uma crise, que vocês estarão ali para nos ouvir, nos abraçar. Simples assim.

Não precisamos que vocês encontrem uma solução para nossas crises, nós já temos a solução, só precisamos compartilhar tudo com vocês - e não tentem entender isso. Não precisamos que vocês respondam nossas declarações ou nossos e-mails de desabafo, a não ser que tenha alguma pergunta a ser respondida. Não se sintam na obrigação de retribuir, ainda que isso seja muito agradável e bem-vindo de vez em quando, simplesmente para que saibamos que vocês estão realmente ali - não se perderam no caminho de volta da Nothing-Box.

terça-feira, 23 de março de 2010

Exposição

O pior de tudo é chorar na frente dele, porque para o pouco tempo que ficamos juntos durante a semana, loucura seria me afastar. E quando não dá pra segurar, acaba acontecendo. E é duro vê-lo se aproximar devagar te olhando nos olhos, fazer biquinho e te sapecar com carinho um beijo no rosto dizendo "desculpa mamãe" enquanto abre os bracinhos e te envolve com eles.

E igualzinho que eu fazia lá naquele ano de 2007, exceto pelo abraço correspondido, eu explico que ele não precisa pedir desculpas, porque ele não fez nada de errado. A mamãe é que tem as coisas dela e às vezes ela fica triste também e chora, mas não é por ele, que a mamãe ama tanto. E está muito feliz por tê-lo por perto.

Quantas vezes eu conversei com a barriga, porque sabia que era pior prender o choro. Me permiti ficar triste, mas com limites, e sempre conversava com ele.  Foi a melhor coisa que eu fiz, por nós dois. E parece que agora as coisas voltam a acontecer. Li em algum lugar que não se deve esconder as emoções das crianças, que elas devem ver que somos humanos e que sofremos também. Deve ser para acabar com essa idéia que somos super-heróis e começar a fazê-los ver que somos parceiros. Uma longa caminhada, e o que ainda nos espera...

Íntimo

O que fazer quando o passado dá as caras de repente sem ter sido chamado? Como controlar as emoções, onde colocar os sentimentos? E principalmente, como evitar se tornar aquela pessoa chata carente que precisa de atenção, nem que seja só naquele momento?

2007 foi o melhor e o pior ano da minha vida. O melhor porque meu filho nasceu, reencontrei pessoas queridas (...e só). O pior porque engravidei estando sozinha, meu ex demonstrou muito desequilíbrio durante todo o período (e eu também, óbvio), porque as pessoas que sairam e entraram na minha vida naquele ano me marcaram para sempre, ou porque voltaram depois, ou porque foram embora porque eu expulsei. Me recuperei só de algumas. E continuo expulsando aqueles que eu mais quero que fiquem.

Mais uma vez, pra mim mesma: cada um segue o que lhe corresponde, amar é abrir mão de todo e qualquer controle, as fraquezas e tristezas são minhas e só minhas, não adianta querer dividir com ninguém pra aliviar a carga, isso não acontece. Estar sozinha significa ter que lidar na marra com todos esses sentimentos e transformá-los em algo positivo, mesmo quando eles passam por cima de você tal qual um rolo compressor. Ninguém nunca fará por você o que você mesma não estaria disposta a fazer, então, não importa ter ou não alguém do lado, naquela hora crítica, vai ser você contra você mesma, e adivinha, você vai perder. Sempre.

Não sei mais o que dizer pra mim mesma nessas horas, é terrível saber o que não se pode fazer e ainda assim perder o controle. É muito triste não ter ninguém ao lado pra te ouvir e compartilhar teu choro, porque essa tristeza é só tua e você tem que se virar com ela. Eu não quero mais sofrer, mas acabo cometendo os mesmos erros uma e outra vez.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Declaração

A vida é como um mapa: sempre aparecerão cruzamentos que nos obrigarão a mudar de direção, a escolher um caminho em detrimento do outro, porque não é possível manter um pé em cada um deles e trilhar os dois. E eu no fundo agradeço por ter escolhido rotas que por vezes me afastaram de ti, mas só fisicamente, porque sempre te segui com o olhar. Sem isso eu não seria o que sou hoje, e nem você, e estou certa de que ambos precisávamos disso ou nada seria como está sendo agora.

Agora. O que é realmente "agora"? Onde estamos, quem somos, o que sentimos no "agora"? Difícil dizer, mas posso garantir que é diferente do que fomos ontem e do que seremos amanhã. É muito difícil viver sem projetar, sem planejar, sem ter perspectivas. Ainda que seja justamente tudo isso que nos traga tantas frustrações. O "agora" é um exercício árduo de auto-controle e de libertação, porque deixar de pensar no que pode vir a acontecer amanhã automaticamente faz com que seja possível viver o hoje com plenitude.

Minha plenitude hoje é me permitir te amar, coisa que eu nunca fiz durante todos esse anos, ainda que o sentimento sempre tenha estado latente dentro de mim. Tenho a impressão de que te venci pelo cansaço, mas não importa, é a minha impressão e pode que não corresponda à realidade, então não darei importância a ela. Porque o que sim é importante é poder compartilhar, e te agradeço por isso. Talvez você esteja também simplesmente se permitindo. É bom se permitir. Pensar demais e se enclausurar podem se transformar em uma morte lenta.

Parei de pensar, parei de esperar, comecei finalmente a viver.

Escrever

Escreva. Como diz Paulo Coelho em Maktub, escreva mesmo que ninguém leia, mesmo que leiam o que não era pra ser lido. Concordo com ele em suas colocações, escrever ajuda a ordenar os pensamentos e a expressar emoções, coisas vitais nesse mundo caótico em que vivemos, muitas vezes presos a uma rotina esmagadora, onde o tempo vira artigo de luxo. Não há tempo pra pensar, tudo é pra ontem. Não há tempo pra se envolver, porque no próximo minuto não estaremos mais nesse lugar. No final, acabamos ficando sem tempo pra viver.

Escrever sempre fez parte da minha vida e eu percebo claramente que as palavras ficam martelando a mente com mais afinco justamente quando as emoções estão à flor da pele. Não é fácil traduzir as emoções em palavras, mas esse não é o objetivo. As palavras brotam quando o coração está mexido e ordenar as palavras equivale quase que a ordenar as emoções. Elas vão brotando e algo lá dentro se assenta, sossega. E tempos depois, quando são relidas, chegam a causar espanto tamanha a carga emocional que carregam. Tem certeza que isso veio de mim?

Escrever sobre o que nos aflige traz conforto, ainda que seja uma exposição. Não interessa se algum dia as palavras serão lidas, porque esse tampouco é o objetivo. Simplesmente não importa. É como se elas precisassem sair, tomam vida própria e nós viramos meros instrumentos. O importante é que o balance final é positivo, elas tomam o seu caminho e o coração serena. A mente esvazia, a paz retorna e nos sentimos melhores.

Escrever nem sempre terá como objetvo transmitir uma mensagem, ainda que isso mais cedo ou mais tarde acabe acontecendo. Em algum momento alguém vai ler aquelas palavras e vai ser tocado de alguma forma, ainda que seja mínima. E isso faz toda a diferença. Eu acredito piamente que são os textos, os livros que nos escolhem, e não o contrário. Quantas vezes compramos um livro e só conseguimos lê-lo tempos depois, e "por acaso" a mensagem é a que estávamos precisando ouvir naquele momento. Ou procurando algo na internet nos deparamos com outra coisa sem relação nenhuma com a primeira, e que nos chega no momento certo.

Eu nunca subestimo o pode das palavras. Nem como elas chegam até nós, seja para escrever, seja para ler. Só é preciso prestar atenção e se deixar levar.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Lua Cheia

O pequeno adora procurar a lua no céu. No carnaval havia só um pedacinho dela, e ainda assim ele a achou. Então hoje de manhã fomos até a varanda e ele ficou maravilhado.
- A luuuua... Olha mamãe, ela tá gande. Papou tudo, né?

É filhote, quem papa tudo fica grande! Mas você ainda vai ser meu menino médio por bastante tempo!