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terça-feira, 23 de março de 2010

Exposição

O pior de tudo é chorar na frente dele, porque para o pouco tempo que ficamos juntos durante a semana, loucura seria me afastar. E quando não dá pra segurar, acaba acontecendo. E é duro vê-lo se aproximar devagar te olhando nos olhos, fazer biquinho e te sapecar com carinho um beijo no rosto dizendo "desculpa mamãe" enquanto abre os bracinhos e te envolve com eles.

E igualzinho que eu fazia lá naquele ano de 2007, exceto pelo abraço correspondido, eu explico que ele não precisa pedir desculpas, porque ele não fez nada de errado. A mamãe é que tem as coisas dela e às vezes ela fica triste também e chora, mas não é por ele, que a mamãe ama tanto. E está muito feliz por tê-lo por perto.

Quantas vezes eu conversei com a barriga, porque sabia que era pior prender o choro. Me permiti ficar triste, mas com limites, e sempre conversava com ele.  Foi a melhor coisa que eu fiz, por nós dois. E parece que agora as coisas voltam a acontecer. Li em algum lugar que não se deve esconder as emoções das crianças, que elas devem ver que somos humanos e que sofremos também. Deve ser para acabar com essa idéia que somos super-heróis e começar a fazê-los ver que somos parceiros. Uma longa caminhada, e o que ainda nos espera...

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